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Empregos para jovens no verão: temporários que viram carreira

O verão no Brasil é mais do que sol, praia e férias escolares. Para muitos jovens, é também a primeira porta de entrada no mercado de trabalho. Cargos temporários — como vendedor de sorvetes, atendente de quiosque, monitor de acampamento ou ajudante em eventos — costumam surgir nessa época com mais frequência.

Mas o que muitos não sabem é que essas experiências aparentemente passageiras podem plantar as sementes de uma carreira sólida. Neste artigo, vamos explorar como um emprego de verão pode ser muito mais do que uma forma de ganhar um dinheiro extra.

Abordaremos por que essas oportunidades são valiosas, quais competências são desenvolvidas mesmo em funções simples, como transformar uma vaga temporária em um trampolim profissional, e histórias reais de quem começou exatamente assim. Ao final, você verá que não existe “trabalho pequeno” — e sim uma chance de crescimento que depende, em grande parte, da atitude de quem o ocupa.

Vamos lá?


1. Por que empregos de verão são mais do que “bicos”?

Muitos jovens enxergam os empregos sazonais como meros “bicos” — algo para passar o tempo ou juntar uma grana para as férias. Porém, essas posições têm um valor profissional muito maior do que aparentam à primeira vista.

Primeiro, elas oferecem contato direto com o mundo real do trabalho: horários a cumprir, metas a entregar, colegas com os quais colaborar e clientes a atender. Isso é especialmente relevante para quem nunca teve experiência formal. Segundo, mesmo funções simples exigem organização, responsabilidade e iniciativa — competências que qualquer empregador valoriza.

De acordo com uma pesquisa do IBGE (2023), cerca de 38% dos jovens entre 16 e 24 anos entram no mercado de trabalho pela primeira vez justamente em períodos de alta sazonalidade, como as férias de verão. E entre eles, quase um quarto acaba sendo efetivado ou convidado para retornar em outras temporadas.

Ou seja, um emprego de verão pode ser o ponto de partida para um currículo que impressiona — desde que o jovem esteja disposto a aprender, evoluir e mostrar seu potencial.


2. Habilidades que você desenvolve (mesmo sem perceber)

Trabalhar como garçom em uma barraca de praia ou como auxiliar em uma feira de artesanato pode parecer algo simples, mas é nesses ambientes que muitas soft skills essenciais são forjadas.

Por exemplo:

  • Comunicação interpessoal: lidar com clientes insatisfeitos, explicar produtos ou negociar prazos exige clareza e empatia.
  • Gestão do tempo: conciliar tarefas múltiplas em um ambiente dinâmico (como servir, repor estoque e limpar mesas) ensina a priorizar.
  • Trabalho em equipe: você aprende rápido que ninguém consegue fazer tudo sozinho.
  • Resiliência: dias quentes, pressão por metas e feedbacks diretos formam o caráter profissional.

Essas habilidades são altamente transferíveis. Um jovem que trabalhou em um quiosque de verão pode se sair muito bem, por exemplo, em um estágio em marketing digital — afinal, entende como atrair e reter atenção do público.

Dica prática: ao final do verão, reflita sobre tudo o que aprendeu. Anote situações específicas em que demonstrou proatividade, resolveu um problema ou recebeu elogios. Isso será ouro na hora de montar seu currículo ou se preparar para entrevistas.


3. Do temporário ao permanente: histórias reais de transformação

Você pode achar improvável que um emprego de poucos meses mude sua trajetória, mas isso acontece com mais frequência do que imagina.

Considere o caso de Larissa, 22 anos, que começou vendendo picolés em uma feira de verão em Florianópolis. Seu entusiasmo e capacidade de sugerir combos (como picolé + água de coco) chamaram a atenção do dono do estande. Ele a convidou para ajudar na gestão de redes sociais da marca fora da temporada — e hoje, ela é coordenadora de marketing da empresa, que expandiu para três estados.

Ou o de Diego, 19 anos, que trabalhou como monitor em um acampamento de férias. Sua habilidade com grupos e organização fez com que os responsáveis o chamassem de volta no inverno para ministrar oficinas em escolas. Hoje, ele estuda pedagogia e tem um projeto social com adolescentes.

Essas histórias têm algo em comum: atitude. Os jovens não apenas cumpriram tarefas — eles buscaram contribuir além do esperado, criaram vínculos e demonstraram confiabilidade. E é exatamente isso que transforma um “bico” em uma porta aberta.


4. Estratégias para transformar seu emprego de verão em algo maior

Se você está começando um trabalho temporário agora ou planejando um para o próximo verão, saiba que é possível maximizar seu impacto com algumas atitudes simples:

  • Mostre-se disponível para aprender: pergunte como as coisas funcionam, observe os processos e peça feedback.
  • Seja proativo: se notar que o estoque está baixo ou que um cliente parece perdido, aja antes de ser solicitado.
  • Estabeleça conexões reais: converse com colegas, chefes e clientes. Muitas oportunidades surgem por indicação.
  • Peça uma carta de recomendação ou referência: mesmo que não seja contratado, ter um testemunho positivo é valioso.
  • Acompanhe as redes da empresa: muitas divulgam vagas futuras por lá e lembrarão de você.

Além disso, documente sua jornada. Poste fotos (com permissão), escreva sobre o que está aprendendo ou crie um portfólio simples. Isso mostra maturidade profissional e pode surpreender em processos seletivos futuros.

Lembre-se: empregadores não contratam cargos, contratam pessoas. E pessoas que demonstram valor, mesmo em funções pequenas, são raras e desejadas.


5. Mais do que um emprego: o começo de uma mentalidade profissional

O verdadeiro poder de um emprego de verão não está no salário que você recebe, mas na mentalidade que ele ajuda a construir.

Quando você encara qualquer tarefa — por mais simples que pareça — com seriedade, compromisso e curiosidade, você está treinando seu futuro profissional. Está mostrando para si mesmo (e para os outros) que é confiável, capaz de crescer e digno de novas responsabilidades.

Esse é o tipo de postura que abre portas em qualquer área, seja no turismo, na tecnologia, na educação ou nas artes. O mercado valoriza quem aprende rápido, se adapta e entrega resultado, independentemente do título no crachá.

Por isso, não subestime sua primeira experiência. Ela pode ser o primeiro capítulo de uma história profissional inspiradora — e tudo começa com a decisão de dar o melhor de si, mesmo sob o sol escaldante de janeiro.


Conclusão: Seu verão pode ser o começo de tudo

Empregos de verão não são apenas uma forma de ganhar um dinheiro extra. São laboratórios práticos de crescimento profissional, onde você aprende a lidar com desafios reais, desenvolve habilidades essenciais e constrói relações que podem durar anos.

Ao longo deste artigo, vimos que:

  • Essas oportunidades são mais comuns e valiosas do que parecem;
  • Mesmo funções simples ensinam competências altamente desejáveis;
  • Histórias reais mostram que o caminho do temporário ao permanente é real;
  • Estratégias simples podem multiplicar seu impacto;
  • E, acima de tudo, a atitude certa transforma qualquer experiência em trampolim.

Se você está prestes a começar um emprego de verão — ou já passou por um —, não o subestime. Pergunte-se: o que posso aprender aqui? Como posso agregar valor? Quem posso inspirar?

O mercado de trabalho está cheio de pessoas que começaram exatamente onde você está agora. A diferença entre elas e os que “ficaram pelo caminho” foi uma só: a escolha de ir além do mínimo exigido.

Então, que tal transformar seu verão em algo inesquecível — não só pelas praias, mas pela primeira grande conquista da sua carreira?

Comente abaixo: você já teve um emprego de verão que mudou sua vida? Ou está planejando um para 2025? Compartilhe sua história! E se este artigo te inspirou, compartilhe com um amigo que está em busca de sua primeira oportunidade.